sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Pastoral da juventude: algumas reflexões

ARQUIVO (CAMINHAR JUNTOS-Miguel Camon-BA, 2004)








Paolo Cugini

Que o objetivo da Pastoral da Juventude seja anunciar o Evangelho aos jovens, acho que ninguém possa questionar. O problema é no método, ou seja, como é que se evangeliza a juventude hoje. Esta pergunta revela que não podemos anunciar o evangelho a todos os jovens que encontramos do mesmo jeito. Com os jovens que vivem na zona rural, por exemplo, precisa de um trabalho diferente daquele  que se faz com os  que vivem na cidade.

O evangelho exige ser encarnado, inculturado, ou seja, deve ter o mesmo cheiro,  o mesmo sabor do povo que se pretende evangelizar. Em todas as paróquias da nossa Diocese de Ruy Barbosa encontram-se jovens nos bairros, nas escolas, no campo, jovens de classe média e jovens de classe pobre (a maioria); jovens brancos, pretos, pardos, índios, ciganos. É antievangélico apresentar o mesmo estilo, o mesmo jeito, a mesma proposta a toda esta realidade diversificada de jovens. A maneira de anunciar o evangelho deve ser inventada dia-a-dia com os jovens que participam daquele grupo, naquele lugar específico.

O coordenador de um grupo jovem é craque quando sabe fazer isto. É claro que para ter esta capacidade criativa, deve ter dentro de si o desejo de anunciar Jesus aos jovens e, por fazer isto deve ter encontrado Cristo na própria vida. Jesus Cristo, de fato, aconselhava, orientava os seus discípulos e, sobretudo, ajudava a enxergar a realidade com olhos diferentes. Jesus comunicava aos discípulos a própria experiência pessoal de Deus.

 É nessa altura que convido os coordenadores dos próprios jovens a participarem da proposta formativa da paróquia feita de encontros, retiros, estudos bíblicos e, sobretudo a Santa Missa de domingo.
Quem não fixa os olhos em Cristo, quem não ama a Cristo, ao em vez de levar os jovens a Ele, os leva por outros caminhos. Se não tivermos em nós um coração cheio de amor de Cristo iremos explorar os próprios jovens para satisfazer as nossas misérias humanas. E assim o grupo ao em vez de ficar aberto aos outros jovens e inventar eventos para chamar e atrair outros jovens no grupo, este mesmo se transforma numa panelinha de poucos amiguinhos e bem fechadinhos. Que tristeza!

Segundo elemento importante na caminhada de evangelização da juventude é a comunidade. Não existe possibilidade nenhuma de ser grupo jovem e não ser pessoas bem engajadas na comunidade, na Igreja. De fato, se o objetivo da pastoral da juventude é, como vimos, anunciar Jesus, então Cristo encontra-se presente no seu corpo que é a Igreja.

Nos grupos jovens enfrentam-se os problemas da realidade corriqueira tentando  resolvê-los a luz da fé, do evangelho, na vivência da comunidade. Isto quer dizer que a vida da comunidade torna-se o ambiente vital do grupo jovem, pois é na comunidade que encontra o clima espiritual e existencial para crescer. Quanto mais a comunidade é organizada e ativa tanto mais se torna ponto referencial para os jovens. Em Miguel Calmon, (isto acontece em várias comunidades) os grupos jovens mais fortes e ativos encontram-se nas comunidades mais organizadas,  vivas e ativas.



3 comentários:

  1. Vivenciar essa metamorfose em Cristo, foi algo importante e substancial para mim. Dificuldades encontramos em todos os caminhos, todos aqueles caminhos aos quais levam a cristo. Lembro-me muito bem, da MISSÃO JOVEM! quando deixávamos nossas particularidades e festas para servir a Deus em forma de momentos com as comunidades rurais. Hoje sou grato a esses momentos de grande valor, onde pude descobrir que a alegria em cristo é servir, sendo servido com a humildade dos mais necessitados.

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  2. Realmente foram momentos marcantes quando vivenciamos esses encontros de jovens, onde obtivemos mais conhecimentos sobre o evangelho e sobretudo sobre nosso Senhor Jesus e engajamos de forma mais ativa e com mais alegria na comunidade.

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  3. Acho incrível essa maneira de evangelizar os jovem de acordo com a realidade e particularidade de cada um; isso é show!

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