Paolo Cugini
Nos anos das eleições municipais não importam as
ideologias, os programas, os projetos: que nada! Importa é ganhar e acabou.
Sabemos como acontece a compra de voto. O candidato
passa nas casas e pede para o povo pegar uma cesta básica naquele mercadinho
cujo dono já sabe de tudo. Às vezes a mercadoria é levada de antemão num lugar,
numa casa de noite para o povo buscar. Procuramos o povo para testemunhar o ato
de corrupção, mas se negam para este ato de justiça civil. O desastre social e
moral que este tipo de porcaria política está provocando é arrasador. E pior
ainda perceber que os “políticos” não
estão nem ai: querem ganhar a qualquer preço, seja o que for.
Que povo é este que vende o próprio voto por uma cesta
básica? São os pobres coitados acostumados a viver recebendo de graça as
migalhas do governo o do político da vez. Na realidade, não se trata de uma
pobreza apenas material, mas, sobretudo cultural e espiritual. Cultural porque,
o estilo de político corrupto que ganha as eleições comprando votos, coloca na
cabeça deste povo que a vida para os pobres é assim mesma, uma vida feita de
nada e uma sociedade na qual existe quem tem e quem não tem nada. Os poucos que
têm algumas coisas se alimentam com a multidão que não tem nada. Os pobres são
essenciais por estes parasitas de políticos que ganham um dinheiro bravo sem
fazer nada. É também uma pobreza espiritual porque dificilmente uma pessoa que
tem Deus no coração, que ama a Deus aceitaria de vender o próprio voto, a
própria liberdade por algo de material. E aqui vem o grande paradoxo: num País
lotado de igrejas, assistimos à maior desigualdade do planeta. É
verdadeiramente estranho este dato, que deveria provocar uma reflexão. Que tipo
de espiritualidade estamos gerando nas nossas capelas se não somos capazes, nos
anos das eleições municipais, reverter esta lógica da compra de voto, que gera
corrupção?
Que mundo é este? Estamos nas mãos de quem? Quem é que está tomando conta do povo? Pessoas sem escrúpulos sedentas de dinheiro e de poder, que para alcançar isso são dispostas a tudo, passam por cima de tudo, dos sentimentos, da moral, de Deus.
Educação de casa e educação pública é base para termos conhecimento que nosso voto maior que qualquer vantagem ilícita, precisamos de investimento não só em consciência política, mas desde pequenos, mostrar em nossas igrejas e dentro de casa que nossos filhos precisam ser críticos e protagonistas na vida deles, a fim de não se submeterem a tudo que veem, lutar pelos direitos que constituição oferece( que também precisaria ser mudada pq favorece muito apenas os mais ricos) termos sempre diálogos de melhoria dentro de nossa casa, nas igrejas, nas escolas, assim construiríamos uma sociedade mais igualitária, onde todos possam ter conhecimento e coragem para combater as corrupções que existem não só na política mas em todo lugar!
ResponderExcluirÓtima reflexão a sua padre Paolo!
A educação é, de fato, um pilar essencial para quebrar esse ciclo. Uma política pública focada na educação desde os primeiros anos da vida seria uma ferramenta poderosa para empoderar os indivíduos, promovendo a consciência crítica e a autonomia. A educação de qualidade não apenas prepara as pessoas para o mercado de trabalho, mas também para exercerem sua cidadania plena, tomando decisões mais informadas e conscientes em processos como as eleições.
ResponderExcluirSem dúvidas o sistema é cruel e muito forte, acredito que a educação ainda seja o melhor caminho, porém a igreja também deve dar sua contribuição, isto no que se refere a levantar bandeiras, movimentos em prol da vivência e compreensão da verdadeira política, ou seja, necessitamos de homens e mulheres destemidas que lutem pelo bem comun, mas isto só será possível quando os batizados de verdade impor com sua vida a pedagogia do próprio Jesus.
ResponderExcluirInfelizmente isso se tornou normal na nossa sociedade, sobretudo em nosso país. O próprio povo que reclama dos autos abusos de poder que advém das altas hierarquias políticas, por detrás os ajudam dessa maneira infeliz: vendem a sua liberdade de voto e também de expressão, se submetendo a normas que ultrapassam a margem da democracia.
ResponderExcluirA falta de educação e o desinteresse de aprofundar-se sobre a própria cultura, escancara enormes passagens para muitos desses ratos políticos que aproveitam da boa fé de muitos indivíduos, sendo coagidos a fazerem de tudo o que lhes disserem para ter pelo menos algo de comer. Não ficam também somente nos humildes mas nos gados que acompanham esses políticos, disseminando ainda mais o trabalho sujo da politicagem e a desigualdade social, porque de alguma maneira eles terão retornos muito maiores do que a população em si. Uns recebndo migalhas e outros recebendo propinas.
Infelizmente é uma realidade, a troca de voto. Hoje vejo nossa paróquia preocupada e com isso estamos contribuindo para levar aos irmãos mais informações , sobre direitos e dever.
ResponderExcluirInfelizmente isso ainda acontece muito! As pessoas parecem não entender o poder do voto! Como que elas vão cobrar seus direitos se não sabem nem os seus deveres?! É inacreditável!
ResponderExcluirInfelizmente é uma realidade enraizada da muitos anos e vergonhosamente continua . É importante instruir os jovens e adultos a sair dessa cegueira mental e entender que é possível colocar um fim nesse ciclo de politica suja baseada no estado di precariedade dos menos favorecidos .
ResponderExcluirMuito boa a reflexão!
ResponderExcluirA cruel realidade de só serem lembrados em ano política leva a descrença de depositar seus direitos na mão de quem as compras por bacatela ...no Brazil precisamente nas cidades interiorana o sistema político é cruel
ResponderExcluirEssa é uma lamentável realidade! A educação é importante, mas precisa de algo muito além disso. Sabemos que muita gente vende seu voto por uma cesta básica, um saco de cimento ou algo do tipo. Isso tudo acontece por ser ignorante e/ou por passar necessidade devido a desigualdade social causada por uma sociedade injusta e gananciosa, sobretudo por bando de políticos corruptos que só "enxergam" essa gente a cada quatro anos. Isso é uma vergonha! Mas, mais repugnante ainda, é ver pessoas que tiveram uma boa educação, tem uma condição social considerável e venderem seu voto por algo do seu interesse. Por isso acho que além de educação, essas pessoas, assim como os compradores de votos, têm que ter caráter e acima de tudo viverem a pedagogia de Jesus.
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