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Paolo Cugini
“Os pobres
estarão sempre conosco”, nos diz Jesus. Também porque sempre existirão pessoas
egoístas que farão de tudo para acumular para si, sem importar-se do sofrimento
daqueles que não têm.
Como é que pessoas
tornam-se tão insensíveis para não ouvirem o grito desesperado dos famintos,
sedentos, excluídos? É simples: é só olhar do outro lado; é só pensar em si
mesmo; é só encher a cabeça dos próprios problemas. Jesus curava os doentes,
saciava os famintos e apontava para eles o caminho da vida. Isso quer dizer que
se por um lado não basta dar de comer aos pobres sem oferecer um caminho de
saída, é também verdade que a Palavra de Deus semeada no meio dos pobres
precisa de um ato concreto de caridade. Esta é a tarefa da Igreja: anunciar a
Palavra de Deus e, iluminada pelo Espírito Santo, encontrar formas concretas
para ajudar os pobres, os excluídos a se levantarem. A Igreja é tal se a sua
palavra convida os pobres a ficarem no centro dela, assim como fazia Jesus
“disse ao homem da mão seca: levanta-se e fique no meio” (Mc. 3,3).
Na comunidade o
pobre deveria sentir-se respeitado, acolhido e aceitado por aquele que é:
filho, filha de Deus. Resgatar a dignidade dos pobres é a difícil tarefa da
Igreja. É difícil porque hoje são os pobres mesmos a se desrespeitarem.
Acostumados há séculos a serem pagos para não fazerem nada, o pobre percebe a
dificuldade de um trabalho continuativo. Dezenas de anos de cestas básicas,
bolsas escolas, projetos governamentais, que dão de graça comida e dinheiro,
acostumaram os pobres na moleza pura. Aqueles que são chamados projetos
sociais, na verdade são projetos que produzem massas anônimas, dependentes de
tudo: são projetos imorais que ferem a dignidade das pessoas.
Porque o poder continua
dessa forma, dando migalhas de graça aos pobres, deixando multidões de pessoas
no total abandono?
A resposta está
na dura realidade. Os que querem manter o poder precisam disso, precisam de
multidões de miseráveis para si manter. É triste, mas é assim mesmo. Quem tem o
poder, apesar das palavras mirabolantes, não tem nenhum interesse a resolver os
problemas dos pobres de uma forma contundente. É melhor manter milhões de
pessoas na total dependência, que ajudar as pessoas a se tornarem protagonistas
da própria vida. Um pobre que pensa é um perigo: melhor mantê-lo na forma da
dependência total, jogando algumas migalhas de vez em quando e ser, assim,
agradecido. A Igreja é profética quando vive neste mundo do lado que Cristo
escolheu: os pobres. É importante também dizer que esta escolha deve ser feita
de uma forma inteligente e não superficial. Prudência e esperteza são virtudes
evangélicas.
Não adianta, então, levantar a bandeira dos
excluídos só para aparecer. A história
da Igreja é infelizmente cheia dessas coisas. O caminho é lento e está nas mãos
de Deus. Por aqueles que pelo amor a Cristo se deixaram atrair por esse
caminho, que é o caminho da cruz, é suficiente saber que somos servos inúteis,
mas servos de Cristo.
Verdade, muitos deles vivem dentro dos tempo criando uma igreja que satisfaça seus ideais de vida, não vivência o real
ResponderExcluirsentido do Evangelho pregado por Jesus Cristo,acreditar no Espírito Santo é tarefa fácil,porém rejeitado por parte dos humanos não humanizados...