segunda-feira, 23 de setembro de 2024

PORQUE O POVO SE ENTREGA TÃO FACIL E POR TÃO POUCO?

 




Análise da sociedade dos urubus

 

 Paolo Cugini

 

 

A pergunta é daquelas de tirar o sono. Pelas pessoas que lutam pela justiça, que não engolem tamanha corrupção, por todos aqueles e aquelas que buscam a realização de um mundo mais justo e mais fraterno, não dá pra entender o porquê do comportamento do povo, que entrega as prefeituras a um bando de incompetentes e sem vergonha, que saqueiam o cofre publico com a maior cara de pau, beneficiando a si mesmo e os próprios familiares, não se importando do sofrimento do povo.  Pesquisando na internet sobre a situação sócio-política das cidades das regiões do Norte e do Nordeste brasileiro, tão massacrado e humilhado por um grupo de políticos corruptos e sem escrúpulo percebe-se que é raro encontrar um município dirigido por pessoas competentes e que trabalham para servir o povo e não para encher o próprio bolso (estou falando somente dos políticos corruptos, pois, graças a Deus, temos também políticos de grande competência e moral),.

 De um lado, então, temos todo um povo que não pensa dois minutos para vender o próprio voto ao primeiro oferente, do outro temos toda uma turma esquisita de políticos (?) que não têm receio nenhum a comprar o voto do povo pra depois fazer o que quiser com o dinheiro publico. A pergunta simples é esta: por quê? Porque o povo não pensa as conseqüências da própria entrega aos corruptos? Porque o povo fica satisfeito por um brinde, que não dura três dias e passando depois necessidade pelo resto dos quatro anos? Porque o povo acha legal ganhar uma mixaria, entregando na bandeja o Município a um bando de corruptos?

De fato, aquilo que assistimos neste ano de eleições é uma verdadeira loucura. É festa pra lá, churrasco pra cá, argolinha, jogo de bola, carreatas, ou seja, toda uma serie de atividade que, de uma certa forma, não tem nada a ver com a política. O objetivo claríssimo é juntar gente naquilo que o povo mais gosta, ou seja, uma festa com muita cerveja e cachaça, e ali esbanjar sorrisos, fazer uma média com um povo alienado, acostumado a viver das migalhas que o poder espertamente, aprendeu a distribuir nas horas certas. E ali vai se perpetuando todo um costume, todo um estilo de vida que deixa todo um povo com o gostinho na boca de algo de bom, mas que depois, acordando na segunda feira, percebe que de bom tem somente a lembrança daquilo que foi.

 A pergunta nessa altura é esta: como é possível passar a vida toda mergulhados neste nada? Como é possível não enxergar o engano que está por trás da palhaçada das eleições? Paciência ser enganado uma vez, mas como é possível que o povo se deixe enganar sempre e, sobretudo, com alegria, como se fosse algo de legal? Como é possível não enxergar que atrás do candidato da vez, está escondido um lobo, que está visando nada mais que o cofre publico e cujo pensamento é saber o quanto poderá botar no seu bolso com a aprovação do povo? Como é possível depois de tantas décadas, não entender que atrás das inaugurações realizadas nos últimos meses antes das eleições, existe todo um projeto, existe todo um esquema, existe todo um pensamento negativo que visa botar fumaça nos olhos do povo, para que não lembre nada, para que não recorde o nada que foi realizado nos anos anteriores?

Do outro lado, podemos perguntar pensando aos falsos políticos (isso quer dizer que temos também bons políticos, graças a Deus): como é possível ficar tão insensíveis roubando o dinheiro do povo pobre? Come é possível permanecer com o coração tão duro e ruim, a ponto de não sentir nada roubando o dinheiro que deveria servir para comprar alimentos para crianças carentes? Como pode acontecer que uma pessoa não sinta absolutamente nada tirando da boca o pão do pobre, para satisfazer os próprios vícios? Que cara de pau é esta?



É todo um sistema podre se perpetuando no tempo, com pobres acostumados a cobrar aos políticos migalhas para sobreviver e festas para esquecer a sensação péssima de não ser nada e, do outro lado, pessoas sem escrúpulos, que exigem e adoram de serem chamadas de políticos ou doutores, que vivem da carniça do povo pobre. É a sociedade dos urubus, uma sociedade que fede, uma sociedade que, na realidade, sociedade não é, pois pra ser sociedade um povo precisa pelo menos se respeitar, que é aquilo que não está acontecendo. A “sociedade” dos urubus é o sistema da não vida, do costume de viver sem futuro, sem sonhos, entregando esta nobre atividade para um grupo de pessoas acostumadas a pisar sobre os direitos do povo com a maior cara de pau do mundo. Na “sociedade” dos urubus o tempo parece eterno porque é sempre a mesma coisa, porque não tem nada pra fazer. É só esperar a morte chegando e os urubus se aproximando. Na “sociedade” dos urubus o povo vale na medida que engorda pra depois morrer e servir como alimento dos urubus que pairam no ar na espera da refeição.

 

Problema: é possível sair da “Sociedade” dos urubus? É possível transformar a “sociedade” dos urubus em sociedade de gente? O que precisa fazer pra sair dessa?

6 comentários:

  1. Excelente análise. A politica não existe enquanto política de verdade.

    ResponderExcluir
  2. Perfeita análise. Vivemos um caos generalizado de mentiras e roubalheira ratificadas pela própria população que vota.

    ResponderExcluir
  3. Perfeita reflexão! O que precisa fazer para sair dessa é termos: caráter, sermos conscientes e pensarmos menos no nosso individual e pensarmos no coletivo. A ambição, a busca exagerada pelo poder, faz com que algumas pessoas se tornem parte da " sociedade dos urubus".

    ResponderExcluir
  4. Sua reflexão é profunda e aborda um problema crucial: a falta de conscientização política e o impacto da barganha de votos. Mudar esse cenário é desafiador, mas não impossível.
    Mudar uma cultura política exige tempo e persistência, mas ao ampliar o conhecimento sobre os impactos das decisões e incentivar um voto mais consciente, podemos ir construindo um futuro mais democrático e justo.

    ResponderExcluir
  5. Bravo,bravo👏Um país governado por um ex presidiário o que podemos esperar??Os frutos que ele plantou,eles preferem não investir na casa educação,na saúde e na segurança!Se investir na educação vão ficar por dentro de toda roubalheira,então melhor ficar sem instrução nenhuma ,aí aparece de 4 em 4 anos,dar uma migalha e saem felizes!
    Eles não estão nem aí para as crianças desnutridas,passando fome,os indígenas abandonados,com certeza estão nas suas mansões dando risada da cara de todos!
    Não é mesmo padre Paolo??
    Esse país é uma vergonha!
    O governador da Bahia é um fantasma,quem manda são os bandidos,é pouco ou quer mais!
    Belíssimo texto!

    ResponderExcluir
  6. Quem votar num candidato assim é cúmplice da corrupção.

    ResponderExcluir