Análise
da sociedade dos urubus
Paolo Cugini
A pergunta é daquelas de tirar o sono. Pelas pessoas que
lutam pela justiça, que não engolem tamanha corrupção, por todos aqueles e
aquelas que buscam a realização de um mundo mais justo e mais fraterno, não dá
pra entender o porquê do comportamento do povo, que entrega as prefeituras a um
bando de incompetentes e sem vergonha, que saqueiam o cofre publico com a maior
cara de pau, beneficiando a si mesmo e os próprios familiares, não se
importando do sofrimento do povo.
Pesquisando na internet sobre a situação sócio-política das cidades das regiões
do Norte e do Nordeste brasileiro, tão massacrado e humilhado por um grupo de
políticos corruptos e sem escrúpulo percebe-se que é raro encontrar um
município dirigido por pessoas competentes e que trabalham para servir o povo e
não para encher o próprio bolso (estou falando somente dos políticos corruptos,
pois, graças a Deus, temos também políticos de grande competência e moral),.
De um lado,
então, temos todo um povo que não pensa dois minutos para vender o próprio voto
ao primeiro oferente, do outro temos toda uma turma esquisita de políticos (?)
que não têm receio nenhum a comprar o voto do povo pra depois fazer o que
quiser com o dinheiro publico. A pergunta simples é esta: por quê? Porque o
povo não pensa as conseqüências da própria entrega aos corruptos? Porque o povo
fica satisfeito por um brinde, que não dura três dias e passando depois
necessidade pelo resto dos quatro anos? Porque o povo acha legal ganhar uma
mixaria, entregando na bandeja o Município a um bando de corruptos?
De fato, aquilo que assistimos neste ano de eleições é
uma verdadeira loucura. É festa pra lá, churrasco pra cá, argolinha, jogo de
bola, carreatas, ou seja, toda uma serie de atividade que, de uma certa forma,
não tem nada a ver com a política. O objetivo claríssimo é juntar gente naquilo
que o povo mais gosta, ou seja, uma festa com muita cerveja e cachaça, e ali
esbanjar sorrisos, fazer uma média com um povo alienado, acostumado a viver das
migalhas que o poder espertamente, aprendeu a distribuir nas horas certas. E
ali vai se perpetuando todo um costume, todo um estilo de vida que deixa todo
um povo com o gostinho na boca de algo de bom, mas que depois, acordando na
segunda feira, percebe que de bom tem somente a lembrança daquilo que foi.
A pergunta nessa
altura é esta: como é possível passar a vida toda mergulhados neste nada? Como
é possível não enxergar o engano que está por trás da palhaçada das eleições?
Paciência ser enganado uma vez, mas como é possível que o povo se deixe enganar
sempre e, sobretudo, com alegria, como se fosse algo de legal? Como é possível
não enxergar que atrás do candidato da vez, está escondido um lobo, que está
visando nada mais que o cofre publico e cujo pensamento é saber o quanto poderá
botar no seu bolso com a aprovação do povo? Como é possível depois de tantas
décadas, não entender que atrás das inaugurações realizadas nos últimos meses
antes das eleições, existe todo um projeto, existe todo um esquema, existe todo
um pensamento negativo que visa botar fumaça nos olhos do povo, para que não
lembre nada, para que não recorde o nada que foi realizado nos anos anteriores?
Do outro lado, podemos perguntar pensando aos falsos
políticos (isso quer dizer que temos também bons políticos, graças a Deus):
como é possível ficar tão insensíveis roubando o dinheiro do povo pobre? Come é
possível permanecer com o coração tão duro e ruim, a ponto de não sentir nada
roubando o dinheiro que deveria servir para comprar alimentos para crianças
carentes? Como pode acontecer que uma pessoa não sinta absolutamente nada
tirando da boca o pão do pobre, para satisfazer os próprios vícios? Que cara de
pau é esta?
É todo um sistema podre se perpetuando no tempo, com
pobres acostumados a cobrar aos políticos migalhas para sobreviver e festas
para esquecer a sensação péssima de não ser nada e, do outro lado, pessoas sem
escrúpulos, que exigem e adoram de serem chamadas de políticos ou doutores, que
vivem da carniça do povo pobre. É a
sociedade dos urubus, uma sociedade que fede, uma sociedade que, na
realidade, sociedade não é, pois pra ser sociedade um povo precisa pelo menos
se respeitar, que é aquilo que não está acontecendo. A “sociedade” dos urubus é o sistema da não vida, do costume de
viver sem futuro, sem sonhos, entregando esta nobre atividade para um grupo de
pessoas acostumadas a pisar sobre os direitos do povo com a maior cara de pau
do mundo. Na “sociedade” dos urubus o
tempo parece eterno porque é sempre a mesma coisa, porque não tem nada pra
fazer. É só esperar a morte chegando e os urubus se aproximando. Na “sociedade” dos urubus o povo vale na
medida que engorda pra depois morrer e servir como alimento dos urubus que
pairam no ar na espera da refeição.
Problema: é
possível sair da “Sociedade” dos urubus?
É possível transformar a “sociedade” dos
urubus em sociedade de gente? O que precisa fazer pra sair dessa?
Excelente análise. A politica não existe enquanto política de verdade.
ResponderExcluirPerfeita análise. Vivemos um caos generalizado de mentiras e roubalheira ratificadas pela própria população que vota.
ResponderExcluirPerfeita reflexão! O que precisa fazer para sair dessa é termos: caráter, sermos conscientes e pensarmos menos no nosso individual e pensarmos no coletivo. A ambição, a busca exagerada pelo poder, faz com que algumas pessoas se tornem parte da " sociedade dos urubus".
ResponderExcluirSua reflexão é profunda e aborda um problema crucial: a falta de conscientização política e o impacto da barganha de votos. Mudar esse cenário é desafiador, mas não impossível.
ResponderExcluirMudar uma cultura política exige tempo e persistência, mas ao ampliar o conhecimento sobre os impactos das decisões e incentivar um voto mais consciente, podemos ir construindo um futuro mais democrático e justo.
Bravo,bravo👏Um país governado por um ex presidiário o que podemos esperar??Os frutos que ele plantou,eles preferem não investir na casa educação,na saúde e na segurança!Se investir na educação vão ficar por dentro de toda roubalheira,então melhor ficar sem instrução nenhuma ,aí aparece de 4 em 4 anos,dar uma migalha e saem felizes!
ResponderExcluirEles não estão nem aí para as crianças desnutridas,passando fome,os indígenas abandonados,com certeza estão nas suas mansões dando risada da cara de todos!
Não é mesmo padre Paolo??
Esse país é uma vergonha!
O governador da Bahia é um fantasma,quem manda são os bandidos,é pouco ou quer mais!
Belíssimo texto!
Quem votar num candidato assim é cúmplice da corrupção.
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