quarta-feira, 16 de setembro de 2020

A BÍBLIA E O PROBLEMA DA INTERPRETAÇÃO

 



A comunidade dos fiéis antes das Escrituras

Paolo Cugini

 

 Demorou, mas até que chegou o tempo de entender

Demorou vários séculos para lermos a Bíblia e entender o significado, ou seja, para compreendermos aquilo que ela quer dizer além da pua letra. Demorou séculos para a Bíblia se tornar a Palavra de Deus para homens e mulheres e dizer algo para eles, por suas experiências, para ajudá-los a viver de uma maneira autêntica sua humanidade, a partir de sua realidade. Demorou milênios para sair da idolatria da letra para finalmente entrar no mundo do Espírito. Era impossível, de fato, que palavras escritas há alguns milênios atrás pudessem dizer algo significativo para o homem e a mulher de hoje. Era impossível para um texto velho como este ser atual, vivo. Na verdade, nenhuma palavra é pura. Também os discursos que encontramos na Bíblia, estão mergulhados na cultura, tradições locais, idiomas ligados a uma determinada região, visões do mundo inerentes a um determinado período histórico. Os filósofos Heidegger e Gadamer nos ensinaram que qualquer idioma nunca é puro, mas é portador de tradições que devem ser compreendidas, interpretadas.

Como foi possível pensar que a letra, tão impregnada de terra e história, pudesse permanecer atual por todos os séculos e por todas as culturas de todos os tempos e latitudes? No entanto, aconteceu assim. Embora São Paulo tenha alertado que a letra mata e que é o espírito que dá vida, no entanto por muitos séculos a Palavra viva foi aprisionada na letra morta. Sem dúvida, há um sentido literal que deve ser ouvido e respeitado.

 

O sentido espiritual

Já os Padres da Igreja, porém, exortaram os fiéis a buscar o sentido espiritual. Para ajudar nesta pesquisa, desenvolveram o método tipológico, pondo em paralelo os textos do Novo Testamento com os do Primeiro Testamento. Desta forma, se destacava o caráter de cumprimento da presença de Jesus na história, para evidenciar a continuidade da história da salvação. O método tipológico permitiu, então, entender como em perspectiva de salvação, a vinda de Jesus Cristo foi o ponto culminante do processo histórico-salvífico. Até o método alegórico, desenvolvido por Filo de Alexandria algumas década antes da vinda de Jesus, ofereceu algumas ideias importantes para sair dos pântanos da letra. Demorou vários séculos para chegar, com Schleiermacher, para tomar a sério a questão da interpretação do texto sagrado. No intervalo, houve a diatribe de Lutero com a Igreja, o que atrasou os tempos. 

Porquê a Igreja demorou tanto para entender que a letra precisa ser interpretada para liberar o conteúdo que traz?

 


Como é possível?

Um texto como a Bíblia, que vem de longe e é portador de muitas tradições, de muitas mãos, que emana o grito vindo de tantas culturas, de tantas histórias, não pode ser lido superficialmente, não pode ser lido apenas no nível literal. Como é possível pensar que basta ler um texto como este para compreender imediatamente o seu significado? Como é possível identificar a Palavra de Deus com a letra? Quantas pessoas têm sido destruídas, no sentido literal do termo, porque o significado foi identificado com a pura letra! Galileu é o exemplo mais notável. Mas não há necessidade de incomodar Galileu. É suficiente observar o que também está acontecendo hoje em muitas comunidades cristãs, não apenas católicas. Na introdução à Bíblia das comunidades neopentecostais está claramente escrito que, embora reconheçam seu valor, rejeitam a contribuição do método histórico-crítico aplicado à Bíblia. É melhor viver com a cabeça na areia do que enfrentar a realidade. Se apesar de todos os esforços seja da ciência que da filosofia hermenêutica para compreender melhor o sentido do texto, há quem os rejeite e se esconda atrás da letra, quer dizer que, neste ponto especifico, Deus e a religião não têm mais nada a ver com isso. Neste ponto, entramos no espaço delicado da psicanálise, que não é do nosso interesse neste trabalho.

 

A Bíblia na época medieval

Se observarmos o curso da história de forma síncrona, notamos que, quando mais no debate da Igreja o enfoque é o problema do papel do papado, então o debate sobre a Palavra de Deus perde de interesse. Essa distonia é percebida pela leitura dos documentos oficiais da Igreja em que, a certa altura, as citações da Escritura perdem cada vez mais peso a favor de citações das encíclicas dos papas. A escassa atenção às Escrituras é, sem dúvida, uma das razões fundamentais que impulsionaram o problema da interpretação. A atenção para ouvir a Palavra foi substituída pela formulação de dogmas e doutrina. Ser católico significava, em determinado momento da caminhada histórica, conhecer a doutrina. Não se percebeu que, desta forma, caímos numa espécie de gnosticismo vulgar, a baixo custo. Neste clima teológico e espiritual, o devocionismo moderno encontrou espaço no coração do catolicismo. Se não é mais a Palavra de Deus para guiar a comunidade cristã, mas um conjunto de preceitos que foram memorizados juntamente com a participação de alguns ritos, então, a dimensão individual da vida espiritual, desconectada do nível social, foi facilitada. Em certo sentido, poderíamos dizer que, em determinado momento do caminho, a Igreja não estava mais interessada e não precisava mais interpretar a Sagrada Escritura. A vida espiritual já estava cheia de devoções e preceitos que cumpriam a tarefa de alimentar a fé dos fiéis. Além disso, a Escritura da época dos Padres, deixou de ser a principal referência que alimentava a vida da comunidade. Mesmo na liturgia a Palavra de Deus não teve um papel central, mas secundária, também porque na liturgia, a partir do século VIII com Amalário de Métis, iniciou um processo de ritualização progressiva. A Palavra de Deus, que causa a conversão dos corações, não é mais importante, mas o que importa de agora em diante é ver o corpo sacramentalizado de Cristo. Os grandes pregadores das ordens mendicantes da época medieval, preocupados em estimular o sentido de culpa dos ouvintes, mais do que uma autêntica conversão do coração, que leva a uma escolha consciente e para um compromisso comunitário, impulsionaram ao máximo o envolvimento dos sentimentos na experiencia da fé, ao invés da razão. O cristianismo, além de se tornar a religião do império, passa a ser um fator social e político. 

 


A época moderna

O distanciamento entre ciência e fé, entre religião e razão, que ocorreu na época moderna, encontrou o terreno favorável para a mudança que o próprio Cristianismo viveu desde a época de Constantino no século IVo. Ao mesmo tempo, no entanto, é justo salientar que, mesmo nesta época, a fé e a ciência moderna não se ignoraram totalmente. Vários cientistas, de fato, nunca esconderam a própria fé e os interesses pelo mundo religioso. Acima de todos, vale a pena mencionar Isac Newton que, entre seus inúmeros escritos científicos, também incluiu alguns comentários bíblicos.

A necessidade de abordar a Palavra de Deus de maneira crítica ocorre no Ocidente seja como consequência da importância que as igrejas protestantes atribuíam à Bíblia, tanto por causa da mudança do contexto social e cultural. Por um lado, o Iluminismo, por outro o crescimento da abordagem científica da realidade devido às descobertas e invenções da era moderna, abriram espaço para uma contaminação positiva também no tecido religioso e eclesial. A razão está cada vez mais separada da fé, relegando-a à esfera da magia. Por outro lado, a Igreja, depois do tempo dos Padres, mergulhou na defesa do poder temporal e de intrigas políticas, que havia abandonado o interesse nas dissertações sofisticadas, relegando-as ao debate universitário entre franciscanos e dominicanos. 

 

O começo de um novo estilo

O problema hermenêutico, ou seja, da interpretação dos textos, nasceu do impulso das ciências modernas que passam a abordar um texto antigo numa nova maneira. Percebemos que um texto não é apenas a expressão do pensamento de um autor, mas ele mesmo traz consigo resíduos culturais de seu tempo, opiniões, modos de ser e de falar. Para apreender a objetividade do texto, ou chegar perto dele, requer um esforço científico significativo. É com a Nouvelle Histoire que desenvolve seu projeto científico em torno da revista Les Annales fundada em 1924, que é manifestada toda a eficácia do arsenal científico para analisar um período histórico a partir de seus documentos. Psicanálise, antropologia, etologia, geografia, arqueologia: tudo que pode ajudar a intervir para melhor compreender um período histórico, um documento, é bem-vindo. Há uma primeira observação que me parece necessária: doravante é claro que nenhum texto pode ser observado por uma só perspectiva. O texto contém uma pluralidade de conteúdos, que requerem uma pluralidade de ferramentas a serem compreendidas. Se isso é geralmente verdade, ainda mais para os textos antigos como, precisamente, os textos da Bíblia. Finalmente, saímos do infantilismo idólatra de primazia da letra. Pluralidade de expressão que encontramos já expressa pelo texto bíblico, que é tudo menos um texto único e uniforme.

 


A Igreja nas trincheiras

A Igreja oficial tem se defendido ao extremo diante da abordagem científica dos textos sagrados.  Do seu ponto de vista, o problema não era tanto em entender melhor um texto, mas em perder a prioridade de interpretação sobre o mesmo. Admitir o método histórico-crítico significava permitir que outra pessoa metesse o nariz em algo que sempre foi prioridade exclusiva do magistério eclesial. O problema não era a compreensão, mas a autoridade sobre texto. A polêmica modernista, que teve na encíclica Pascendi de Pio X em 1907 o auge extremo, foi o terreno cultural em que uma guerra perdida foi travada. O Divino afflante Spiritu de Pio XII de 1943, de fato, reabriu as portas dos estudos bíblicos, mostrando que agora era impossível resistir à evidência hermenêutica da necessidade de uma nova abordagem aos textos sagrados. Não foi, na verdade, apenas a pressão que veio de mundo científico em geral, mas também das novas correntes teológicas, como a Nouvelle Théologie, que impulsionou a Igreja a se abrir ao novo. 

 

Entre hermenêutica e linguagem

Alguém pode se perguntar: por que essas resistências por parte da Igreja? Haveria muitas respostas que poderiam ser dadas e que temos em parte esboçado acima. O importante é que ocorreu a contaminação científica na era moderna, que não permite que a religião se isole e se feche, aliás ela abre as portas para outra contaminação mais profunda: a contaminação hermenêutica. No final das contas, a relação entre um texto e um leitor não envolve apenas tradições culturais, aspectos antropológicos e geográficos, mas também e sobretudo a linguagem. Se Deus fala ao homem usando seu plano de comunicação e compreensão, significa que é isso nível que precisa ser explorado.

Em Letra ao Humanismo (1946), o filosofo alemão Martin Heidegger argumentou que a linguagem é a casa do ser. A linguagem é o que o homem dispõe para conhecer o mundo. Nossa experiência do mundo é condicionada pelo fato de termos uma linguagem que herdamos. Ter uma linguagem significa que o homem é dialógico. Hermenêutica é uma palavra incomum. A hermenêutica deriva do deus Hermes (Mercúrio), o deus que traz mensagens aos deuses. Hermenêutica, nesta perspectiva, é a arte de interpretar mensagens que não são evidentes. É um conjunto de regras destinadas à interpretação de textos. No século passado, se falava da hermenêutica como uma filosofia. É uma filosofia que pensa que o fenômeno da interpretação não diz apenas a respeito da relação com textos difíceis, mas é um fenômeno que diz respeito a toda existência. Quando olhamos para o mundo, o interpretamos, temos os padrões que herdamos com a língua materna. 

“Não existe experiência do mundo - diz o filosofo italiano Gianni Vattimo - senão por meio de uma linguagem que herdamos, o conhecimento é então a interpretação ao invés do reconhecimento de algo objetivo. Isto não é um defeito. Qualquer relação com o mundo é interpretação: este não é um limite, mas um patrimônio ".

 Isso também se aplica ao texto bíblico. Os autores, enquanto escrevem um texto inspirados, eles também transmitem, por meio da linguagem, o que herdaram da cultura em que viveram, das ideias que tinham sobre o mundo, das razões que os levaram a escrever. Há, então, uma intencionalidade na linguagem, que é interpretação e que, portanto, deve ser aprofundada. Compreender este aspecto é compreender o significado profundo do mistério da encarnação, o paradoxo da eternidade que entra no tempo. Afinal, o texto sagrado é a manifestação deste mistério. Acreditar na Palavra de Deus significa acreditar na encarnação do Verbo e na possibilidade de encontrar Deus na carne humana, na letra escrita. Por isso, a compreensão exige um esforço, um cansaço que fala de um desejo de encontrar Deus. A hermenêutica forneceu uma ferramenta importante para ajudar qualquer um para entender o texto. Podemos argumentar com segurança que a hermenêutica tem mudado o caminho da Igreja, libertando-a, por assim dizer, da sua jaula de ouro, forçado a enfrentar o mundo. 

Habitar a linguagem bíblica com uma atenção hermenêutica, deveria produzir por seus leitores e pelas comunidades que tem como referência a Bíblia, uma atitude dialógica e tolerante. Se a Palavra de Deus precisa, pra ser melhor compreendida, de uma diversidade de ferramentas hermenêuticas e heurísticas, da mesma maneira a comunidade que se reúne em torno do texto deve agir, ou seja, não se fechar, mas permanecer aberta aos diversos significados dos quais o texto é portador. A contaminação hermenêutica permitiu à comunidade cristã remover o véu sobre o significado autêntico da verdade que a Bíblia pretende comunicar. Longe de ser uma verdade axiomática e matemática, o que exige uma assimilação fria e asséptica dos conteúdos, a revelação da verdade de Deus em Jesus Cristo ocorre no nível da história e é neste nível que deve ser encontrada. Se isso for verdade, a interpretação do texto é auxiliada tanto pelo método histórico-crítico que da hermenêutica para compreender plenamente o seu significado.




Conclusão: comunidade e palavra de Deus

 É, no entanto, a comunidade reunida que pode captar o significado profundo da Palavra revelada. A Palavra de Deus é, na verdade, uma palavra contextualizada, que fala a uma comunidade específica que vive em um contexto específico. É a comunidade que se torna o lugar privilegiado para a compreensão da Palavra. A contaminação hermenêutica, além de auxiliar na compreensão do texto, tem contribuído para trazer a Palavra de Deus de volta ao seu lugar espiritual original, ou seja, a comunidade dos fiéis reunidos. Desta forma, o prejuízo provocado ​​pela devoção moderna, que causou o fechamento da dimensão religiosa na esfera individual, é atenuado graças a dimensão comunitária da religião. Escrevo atenuado porque o devocionalismo com a tendência para o fechamento na esfera individual ainda é, não apenas muito viva e presente no panorama religioso atual, mas também incentivado. Para sairmos do pântano individualista e assim redescobrir a dimensão comunitária do cristianismo é preciso acolher as contribuições mais significativas da abordagem hermenêutica da Sagrada Escritura.

 

13 comentários:

  1. Esse texto é muito interessante, pois mostra realmente o que está acontecendo atualmente. Infelizmente a palavra de Deus está sendo usada de uma forma vazia e sem a verdadeira importância. Seguem doutrinas e é nítido o querer seguir ao pé da letra, de uma forma vazia, sem amor, uma coisa muito mecânica, o viver por viver, sem mesmo saber o verdeiro significado da palavra. A Bíblia não é uma simples literatura, mas são palavras vivas, ensinamento que nos transmite emoção e um verdadeiro sentido de viver em comunidade, sem individualismo. A verdade é que o real sentido da palavra se resumiu a uma simples literatura, na qual cada um segue e interpreta de acordo a sua conveniência e não o que deve ser vivido de fato. Tudo se tornou tão mecânico vazio que as pessoas vivem a palavra somente de aparências, mas não vivem o verdadeira conversão e amor ao próximo.

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  2. Boa noite o que às vezes eu tenho a dizer com poucas palavras e simples a palavra de Deus hoje no nosso cotidiano está sendo muito vazia por falta de amor uns aos outros Porque de fato a palavra interpretada de várias formas e a Bíblia é uma só porque viver em comunidade é fácil o difícil é a união entre as pessoas e da forma que todos ou a maioria lê a Bíblia e interpreta de maneira diferente isso não quer dizer que está errado mas tem muitas coisas e nós estão corretas sempre a palavra da Bíblia a literatura é simples e capaz de cada um identificar e saber amar uns aos outros como Cristo nos amou de maneira que deu até sua própria vida por todos nós e muitos não sabe valorizar esse texto é muito significante para aquele que quer lê a palavra e anunciar o evangelho a toda criatura quer dizer a todos os nossos irmãos

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  3. Só quem esperimenta o Espírito Santo é capaz de tão sensível produção independente de fé isso é Divino 🙏, perfeita colocação faz bem a quem escreveu e principalmente aos olhos dos leitores.Que mente aberta inteligente sensata ao divinidade existente entre nós.

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  4. Muito bom padre Paulo, todas esses conteúdos que o senhor traz para nos aproximar cada vez mais em Cristo, esse mês é o mês da bíblia, mas não é só nesse mês que temos que ler, sempre temos que nos aprofundar e estudar a palavra de Deus

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  5. Texto perfeito padre Paolo!
    "Quantas pessoas tem sido destruídas, no sentido literal do termo, porque o significado foi identificado com a pura letra". É preciso ler não apenas como as letras estão postas,mas sob a luz da mistagogia, que nos leva a adrentar no mistério do amor, que é Jesus.

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  6. Muito rico.
    Interpretar a Bíblia é uma tarefa exigente, não basta ler e entender as palavras; muito mais do que isso é necessário um mergulho na história e cultura da humanidade para contextualizar a mensagem bíblica.

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  7. Acredito que avaliar e interpelar a "Letra" em dias atuais se torna algo muito cansativo, como o senhor mesmo vos fala. Desde sempre busquei sanar dúvidas em leitura biblica.
    Com o passar dos tempos descobrir através do Ecc, e de sua fundamentação atraves dessas enciclicas registradas nos 4 livros que estudamos dentre as 3 etapas de Ecc.
    Penso que trazer ao momento atual uma catequese continuada expondo esses livros e essas enciclicas, nos permitirar iniciar um pensamento e discernimento ao qual deveremos tomar como pontapé inicial.
    É evidente que dentre os estudos será introduzido e contextualizado os generos sociais aos quais divergem o pensamento humano.
    Portanto, nunca será tarde encontrar a misericórdia em seu infinito e real amor.

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  8. Reflexões muito importantes para esse tempo atual em que muitas pessoas estão aprisionadas na "letra morta" e não buscam o real significado da Palavra viva. Outro trecho que me chama a atenção é a citação de São Paulo que nos alerta que é o espírito que dá vida, no entanto o uso da palavra de maneira errada e a interpretação a seu bel prazer e interesses próprios tem distorcido o verdadeiro significado do evangelho e distorcido sua interpretação, deixando de ser a palavra que liberta e se transformando na palavra que aprisiona os mais carentes e os transforma em escravos da fé nesse mundo atual em que surgem cada vez mais falsas religiões e falsos profetas que exploram impiedosamente os mais carentes, visto que são eles que interpretam as escrituras, a compreensão e dominam a autoridade sobre o texto. Infelizmente estamos voltando a Idade das Trevas.

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  9. Boa noite, Pe Paolo! Bastante pertinente a reflexão, principalmente para este tempo atuais que todos nos estamos vivendo.Contextualizar diante da realidade vivenciando e isto na prática do dia a dia para com as pessoas que vem ao nosso encontro.Buscando encontrar em nós e no outro as infinitas misericórdia do amor de Deus para cada um de nós. É preciso não apenas lê a biblia, mas colocar em prática no cotidiano o que nos ensina a Escritura.

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  10. Excelente texto meu amigo, sem sombras de dúvidas todos os discursos, ou melhor, os textos escritos estão recheados das visões de mundo e experiências sociais vividas e compartilhadas pelo o autor em um determinado momento da história do qual ele viveu. Logo, todo e qualquer texto não deve ser lido de forma superficial, pois nas suas entrelinhas sempre existe algo mais profundo e importante e que muitas das vezes o leitor despreparado e sem portar as chaves de leitura apropriadas acabam sendo engolidos ou ludibriados por simples ideias e informações medíocres . Em fim, a Palavra de Deus deve ser por excelência contextualizada, pois não procedendo assim muitos dos nossos irmãos caem no fundamentalismo e se fecham a luz da realidade histórica temporal da qual foi escrita o texto bíblico. Há me permita, o espirito santo tem papel fundamental na interpretação do texto bíblico ou da bíblia, este mesmo espirito que nos revela a sua palavra e crava em nossos corações sua mensagem.

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  11. alcioneoliveiracarneiro@gmail.com17 de setembro de 2020 às 21:53

    Padre Paolo sempre nos enriquecendo com sua sabedoria

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  12. Magnífico!!! Leitura obrigatória para todos aqueles que crêem. Uma luz radiante em tempos tão escuros. Muita filosofia, ciências e fé num texto só. Uma obra incrivelmente autêntica.

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  13. Excelente abordagem do tema sr. Padre. Esta leitura deveria ser obrigatória em todas as formações de catequistas, leitores e até nos seminários. Existe uma enorme necessidade de dar um rumo diferente a esta Igreja fragilizada, doente, contaminada pelo consumismo, materialismo, pelo mundanismo, pela politica, e pelo status social, que coloca par último plano a Bíblia, os Livros que nos dão testemunho de Cristo e da Tradição da verdadeira Igreja, a Igreja Apostólica. Obrigada sr. Padre por este momento

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