36º Congresso Internacional da Sociedade de
Teologia e Ciências da Religião (Soter) - PUC Minas-Belo Horizonte, 9-12 julho
2024
Mesa
Redonda – Política Econômica e Democracia participativa em tempos
digitais
Palestrante
1: Dr. Érico João Hammes (PUCPR)
Palestrante
2: Elio Estanislau Gasda (FAJE/BH)
Moderador:
Carlos André Cavalcanti (UFPB)
Síntese:
Paolo Cugini
Érico
João Hammes (PUCPR)
Os
tempos digitais nos colocam próximos da existência humana. Fazemos parte de uma
realidade que pode nos transformação. Somos parte de uma grande fabricação e transformação.
Os
meios técnicos potencializam as possibilidades humanas. A AI pode ser
considerada neutra: este é o problema. É importante a responsabilidade dos
cientistas, as decisões que eles tomam, a que ética fazem referência. A IA ´uma
conquista admirável. As máquinas poderão superar o ser humano?
Quando
pensamos na democracia podemos lembrar os movimentos de extrema direita que
tenta sufocá-la. A democracia implica um governo eleito por uma população responsável.
A democracia requer a lei, a separação entre os diferentes poderes, a liberdade
dos meios de comunicação.
É
possível pensar a origem antropológica do poder na organização de grupo em
vista do bem-estar. O princípio democracia possui uma fragilidade intrínseca,
porque coloca o poder na mão do povo. Este aspecto é radicalizado no caso da
democracia participativa. A democracia participativa questiona a democracia
representativa, questiona a maneira de desenvolver o processo político, pois
deixa atrás o povo, que não é mais envolvido no caminho do interesse direto com
o bem comum. A democracia participativa é criticada porque os indivíduos são
isolado e não pertencem a grupos referenciais.
Hoje
temos obras que abordam o tema da democracia participativa em base digital. Na Estônia
foi produzido um caminho de democracia participativa digital. Tem o problema da
democracia em risco. O risco hoje está ligado ao mundo digital, pois tem uma
força deletéria. No Brasil a escolha foi entre a barbaria e a política. Tem
depois toda a dinâmica religiosa onde pessoas se consideram escolhidos, ungidos.
Tem pastores que falam isso. Identificação do governante com Deus. A Igreja
Católica abre esta tensão entre violência e democracia e sustenta a democracia.
No Brasil tem um estudo sobre a
democracia digital.
Ponto
de vista teológico. Se houvesse um povo de Deus, se governaria de forma democrática.
A democracia cristã descreve a sua orientação política: Deus, família,
trabalho, pátria. A doutrina social da Igreja nos lembra que a participação é
fundamental no processo democrático. Na Centesimus anos João Paolo II
fala positivamente do envolvimento dos cristãos na política. O monoteísmo representa
o fundamento viável para a possibilidade da democracia. A autoridade de Deus
vem para a comunidade e não para a pessoa. Não há espaço pela forma da
teocracia. O divino se esvazia de si mesmo: isso é visível nos movimentos de
encarnação (Ex 3).
Elio
Estanislau Gasda (FAJE/BH)
Economia
política e democracia em tempos digitais.
Assistimos
a uma grande crise da democracia representativa.
Infocracia:
digitalização e a crise da democracia. Midia digital é um processo de dominação.
Hoje é soberano quem controla a mídia. (Han)
Disforia
informacional: tática de regimes autoritários. Ânsia
quando não podemos fazer nada contra o controle das informações por parte de
regimes autoritários. Ocupar o espaço publico com informações erradas.
Ruptura
civilizacional: AI é a maior transformação depois da II Guerra Mundial.
Que
política irrompe na era digital. O que fazer.
IA
e capitalismo digitalizado. Precisamos
sempre lembrar no capitalismo neoliberal. A era digital está dentro este
mercado do capital. Tudo é oportunidade pra ganhar dinheiro.
BIG TECHS-Big Money. Tecnologia responde aos
interesses do capital. Como resistir a esta força que busca lucro e nada mais.
O poder digital é o poder das finanças. O capitalismo está atrelado ao poder
digital.
Classe
que vive do próprio trabalho. Desumanização do
trabalho é uma das consequências da hera digital. Aumentam os invisíveis e a
exploração do trabalho.
Política
neoliberal. Não pergunte se a AI é boa ou justa, mas pergunte como ela muda o
poder (Kalluri). Neoliberalismo é incompatível com a democracia. Está avançando
o capitalismo de vigilância. O neoliberalismo tenta de despolitizar a
sociedade. Por isso é valorizada a ignorância e a demonização do pensamento
reflexivo, a mentira como simulacro da verdade. O neoliberalismo constrói o
idiota.
IA
e democracia. Para o capitalismo é melhor um
governo autoritário. A extrema direita é uma representante do neoliberalismo. Libero
arbítrio pode ser realizado por pessoas que refletem e capacidade de decisão.
Pós-verdade.
94 milhões acreditam em fake News. Crise da verdade é uma crise da sociedade.
Quem fala bobagem é indiferente da verdade. Hitler utilizava muito a palavra
verdade. Hoje a verdade é irrelevante, pois aquilo que importa é ganhar as
eleições. Extremistas influencer estão ganhando as eleições. É assim que a
democracia morre.
IA
Rede sociais derrubam a democracia.
As Big tech não são politicamente neutras. Necropolítica é um resultado da
democracia que apresenta o neoliberalismo. O problema é como ligar a democracia
digital com os direitos humanos.
Compromisso:
paresia. Fazer teologia é falar a verdade. (Mc 8,32)
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