Paolo Cugini (2006)
No número de junho do Jornal “Caminhar Juntos” comecei uma
reflexão sobre a pastoral da juventude. Naquele artigo coloquei algumas
exigências que parecia-me imprescindíveis para participar de um grupo jovem da
Igreja católica: o amor a Cristo e o amor a Igreja. Salientei isto porque
perante a multidão de jovens que não freqüentam a Igreja, a tentativa para
atraí-los ou de conduzi as lideranças dos grupos abaixaram o nível da proposta.
Só, que desta forma engana-se os jovens. Também o problema não é este, os
salões no Sábado a noite de jovens, mas, criando ambientes vivos, onde os
jovens experimentam antes de mais nada uma amizade, um relacionamento humano,
uma atenção pessoal.
Isto que parece-me o ponto central do problema. O risco das
dioceses e das paróquias com falta de vontade e criatividade, é de apresentar
uma proposta morna, insossa, sem amor, aquela mesma proposta que o mundo
oferece, embora com conteúdos diferentes. As praças e as boates nas festas ficam
cheias de jovens anônimos que não se conhece, e continuam no anonimato depois
da festa. Tudo começa e termina na festa. A empolgação vai embora um dia depois
e nínguem lembra mais de ninguém. Pelo contrário Jesus quando encontrava alguém
parava para dialogar com ele, se afastava da mutidão e da confusão para que o
diálogo pudesse descer em profundidade. Sem dúvida quem encontrava Jesus
lembrava dele; era um encontro que marcava a vida. Encontrar os jovens dessa
forma é aquilo que está precisando. Nessa altura da pra entender que o problema
não está na sigla (PJ, MP, PJ, PJR, PJE, RNC...), mas na intensidade da relação
que conseguimos tecer com os jovens que encontramos.
Por isso queremos nos comprometer para formarmos grupos de
amigos, de pessoas que se amam, se respeitam, que aprende através da vida de
grupo, a se perdoar, a partilhar, a dialogar. O mundo não oferece nada disso
por isso para formar grupo jovem desse tipo é preciso passar para uma forte
experiência de Deus. Não se formam grupo jovem simplesmente porque quer
desenvolver um trabalho. Se começa um grupo jovem com o desejo de ajudá-los
assim encontrarem com Jesus Cristo para fazer a experiência dele, para viver
como Ele. O grupo jovem da Igreja católica tem uma identidade bem precisa: o
Evangelho de Jesus cristo. Se é assim, pode coordenar um grupo jovem só aquela
pessoa que está buscando conhecer a Jesus e está amando a sua Igreja.
Os trabalhos (políticos, sociais, educativos... ) que o grupo
desenvolve torna-se uma conseqüência e nunca a prioridade. De fato, a
experiência desses anos ensina-nos que quanto mais os jovens de um grupo se
esforçam para aprimorar a vida espiritual e a vivencia na Igreja, tanto mais se
comprometem com vontade e dedicação os trabalhos sociais. Pelo contrário quem começa
um grupo jovem para “fazer um trabalho” sem cuidar da vida espiritual é
destinado ao fracasso. “queremos ver Jesus: Caminho, Verdade e Vida”: O tema do
projeto pastoral da CNBB para os próximos anos. Que este desejo de ver Jesus
esteja nos corações de todas as pessoas de boa vontade que trabalham para e com
a juventude da nossa paróquia.
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