quinta-feira, 10 de abril de 2025

BÍBLIA E HERMENÊUTICA: CARLOS MESTERS

 





CONGRESSO CONTINENTAL DE TEOLOGIA

PORTO ALEGRE – OUTUBRO 2012


Síntese: pe Paolo Cugini

Centro dos estudos Bíblicos: CEBI. Sem os movimentos populares nãohaveria leitura popular da Bíblia. É necessário colocar a Bíblia na mão do povo. 

Desenvolver uma metodologia de leitura bíblica numa caminhada pastoral. É aqui que nasce o método: ver, julgar, agir. 

A leitura popular da Bíblia ajudou a dar a palavra aqueles que não são acostumados. Este fato ajudou no caminho do protagonismo dos leigos. Quando o leigo se conscientiza com a Palavra de Deus a coisa vai para a frente. 

Onde se manifestou isso?

1. Teologia da terra: é a questão que mais se destaca a nível nacional.

2. Movimento político. Lei da ficha limpa, lei 9840, etc.

3. A consciência indígena. 

4. A luta dos afrodescendentes

5. Lutas das mulheres. Lei Maria da Penha

6. Mobilização dos homossexuais

7. Frentes ecológicas

8. Novos avanços da ciência (biotecnologia, física quântica, etc)

Problemas abertos: saúde, educação, alimentação, moradia.

A pauta ampliou o leque, mas os grandes problemas estão abertos.

Ap 13: a visão das duas bestas. 

A besta que vem da terra é o neoliberalismo que produz o consumismo. Hoje a morte está presente em muitas casas. Hoje a questão é saber se estamos sabendo enfrentar esta segunda besta. 

A Dei Verbum é o documento talvez mais importante do Concilio. Deus fala também hoje, e não apenas no passado. A Bíblia nos ensina onde Deus fala hoje, no meio do povo, na nossa vida. Deus fala hoje. 

“Aquilo que vimos e ouvimos nós o anunciamos a vós”. 

7 pontos 

1. A Bíblia é a Palavra de Deus. A Palavra já está no coração do povo. A missão principal é revelar. Deus está nos fatos. Tirar o véu dos fatos. A vida ajuda entender a Bíblia e vice-versa. Tudo é revelação, pois Deus criou chamando. 

2. A Bíblia é a Palavra de Deus em linguagem humana. Se é linguagem humana deve ser interpretada. 

3. Jesus é a chave principal da Palavra. 

4. A Bíblia é livro da Igreja. A infalibilidade nasce de baixo para cima. A força das CEBs é na base. A leitura fundamentalista agrada aos poderes conservadores.

5. A leitura orante. A interpretação da Bíblia deve estar a serviço da evangelização e não de ideologias. 

6. No céu convive água e fogo: é típico do pensamento semitio, convivência dos polos oposto. Na mentalidade europeu-grega os opostos se eliminam: a razão e o mito, a razão acaba com o mito. Na mentalidade semítica acontece a convivência dos apostos: marido e mulher. O discurso científico é fundamentalista, porque exige sempre a fundamentação; pelo contrário o conhecimento do povo não precisa disso. 

7. Justiça de Deus: nova possibilidade de ser salvo.