quinta-feira, 11 de julho de 2024

Mesa redonda - Desenvolvimento tecnológico e qualidade de vida: realces

 



36º Congresso Internacional da Sociedade de Teologia e Ciências da Religião (Soter) - PUC Minas-Belo Horizonte, 9-12 julho 2024

 

 

Palestrante 1: Dr. Edgar de Brito Lyra Netto (PUC-Rio)

Palestrante 2: Marcio Fabri dos Anjos (Professor Emérito pela PUC-SP; FTNS Assunção)

Moderadora: Andreia Cristina Serrato (PUCPR)

 

Síntese: Paolo Cugini

 

Edgar de Brito Lyra Netto

Hegemonia tecnológica: é um problema sério. A tecnologia condiciona os nossos hábitos. Existe um apagamento de fronteiras entre virtual e o real, com modificações na percepção de espaço e tempo. Aceleração e dificuldade de digestão do fenômeno. Tem uma insuficiência da concepção antropológico-instrumental. Necessidade de questionar a partir de dentro.

Open AI. Proselitismo tecnologico. Open AI provocou muitas imitações. A AI está afetando a pesquisa acadêmica. Estão proliferando pesquisas falsas, elaboradas pela AI e não fruto da pesquisa do pesquisador. Se trata de pesquisas adulteradas.

Qualidade de vida. OS jogos na internet modificam e alteram o sentido do tempo e do espaço. Existe uma consequência discursiva causados pelos processos na internet. ChatGPT. Não uma neutralidade nestes processos.

O problema é como prevenir desastres. O problema não é somente legislativo, mas educacional, político e outro.

 

Marcio Fabri dos Anjos

Qualidade de vida. Interação entre a tecnologia, valores e relações socioambientais. Com valores fortes podemos modificar a tecnologia. Conceito de saúde. Passar de uma visão pré-moderna, que é sacral, para uma visão cientista. É na modernidade que se descobre que a saúde tem uma dimensão pública. Qualidade de vida pode ser melhorada se pensarmos em termos de bem-viver.

Condições do bem viver: física, mentais, socioambientais e espirituais. O espiritual dá a direção as dimensões mentais e a sabedoria. Espiritual não é necessariamente religioso.

Pontos críticos deste entrelaçamento tecnológico. Ponto de partida é o sujeito, coletivo, grupais. Narrativas e metanarrativas. Tem um reforço latente do cotidiano. Hoje temos brigas de metanarrativas: as fake News. As metanarrativas são valores e sentidos que se tomam para viver. Dão critérios interpretativos ás realidades. A teologia é um espaço privilegiado para mostrar as metanarrativas das religiões. O problema é entender quais são as metanarrativas na era digital.

Dissociação corpo-espírito. Alma digital em máquina, dispensa corpo e corporeidade. Descobre-se:

a.       Beleza e segredo do corpo

b.      Estruturas e códigos

c.       Formas seletivas de parecer

d.      Dispensar o corpo (corporeidade)  

É mais importante aparecer de que ser.

Tensão entre poder e fragilidade. Sem robustez o ser vivo desmorona sobre si, sem vulnerabilidade fica congelado como cristal. A busca da robustez é criativa. O fim da vulnerabilidade é indispensável e jamais alcançado.

Os poderes que temos são vulneráveis: emocional, espiritual, operacional, racional.

O princípio humanidade existe porque queremos que ela existe (J. Guillebaud) e hoje está em risco. O planeta terra é perto de um colapso total. É uma humanidade que está se cansando. 

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