ROMA 13 DE OUTUBRO 2013
Paolo Cugini
Estou participando dos eventos paralelos que forma
organizados para ajudar a refletir sobre o Sínodo da Amazônia, que está acontecendo
em Roma. Cada evento tem seu próprio organizador.
Todos os eventos públicos têm informações de contato, para que quem quiser
possa entrar em
contato para saber mais e se inscrever no evento. Alguns
eventos são particulares e estão incluídos no calendário apenas por informação.
Por esta razão, participei domingo 13 de outubro á solene canonização de ir Dulce,
que se tornou a primeira santa nascida no Brasil, em Salvador da Bahia. Muitos
baianos participaram do evento. Eu tive a possibilidade de encontrar pessoas de
Andaraí e de Utinga na praça de são Pedro. 50 mil pessoas acompanharam a
cerimônia. Também foram celebrados outros quatro novos santos: um cardeal
inglês, uma freira italiana, uma freira indiana e uma catequista suíça.
Irmã Dulce nasceu em Salvador em 26 de
maio de 1914 com o nome de Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, ela desde
muito cedo se envolveu com a religião e o cuidado dos mais necessitados. Com
apenas 13 anos, já acolhia doentes e mendigos em sua casa. Adotou o nome de
Irmã Dulce aos 19 anos em homenagem à sua mãe. Foi nessa época que ela entrou
para a vida religiosa e passou a fazer parte das irmãs missionárias da
Imaculada Conceição da Mãe de Deus.
A partir daí, começou com vários trabalhos
voltados à comunidade carente. Criou a associação obras sociais Irmã Dulce, com
albergue e um centro educacional para abrigar meninos sem referência familiar.
Esse centro funciona até hoje e atende 750 crianças e adolescentes em situação
de vulnerabilidade social. Ela também foi a responsável pela criação do
Hospital Santo Antônio, um dos maiores da Bahia. O hospital surgiu quando a
Irmã Dulce improvisou um abrigo para atender pacientes no galinheiro do
convento. Hoje, o hospital realiza mais de 3 milhões de atendimentos pelo SUS
por ano.
Toda essa dedicação fez com que ela chamasse a atenção
do Papa João Paulo II, que a incentivou a dar continuidade aos seus trabalhos.
Em sua segunda visita ao Brasil, o papa quebrou os protocolos apenas para
visitar a Irmã Dulce, que já estava doente. Em 1988, ela chegou a ser indicada
ao prêmio Nobel da Paz.
O Brasil verá Irmã Dulce na glória dos
altares, como afirma o jornalista Juan Arias num artigo publicado domingo 13 de
outubro no site IHU.UNISINOS, “em um momento quase de cruzada religiosa no
país, onde a intolerância de alguns grupos de evangélicos extremistas perseguem
outras religiões, sobretudo de origem africana. Irmã Dulce nasceu e
atuou justamente na cidade com mais negros fora da África e a que melhor mantém
suas tradições culturais e religiosas”.
A religiosa, intrépida e obcecada com os mais
marginalizados da sociedade, dizia: “Meu partido é a pobreza”. Nunca teve
escrúpulos em bater à porta dos políticos importantes do seu tempo, mas sempre
para suplicar recursos para os mais abandonados, aos quais dedicou sua vida, e
às obras por ela criadas exclusivamente para aliviar a dor e a pobreza.
Irmã Dulce, que como religiosa manteve sua visão moderna da mulher
liberada que deve participar ativamente na vida pública, “é canonizada justo
neste momento em que a reivindicação da mulher por seus direitos e
peculiaridades, sem discriminações, representa uma das grandes batalhas no
mundo e particularmente no Brasil, um dos países com maior número de feminicídios, e que vive um
momento de machismo e obscurantismo cultural e religioso” (Juan Arias).
Santa Dulce dos pobres, ajudai-nos a viver a tua dimensão de amor aos mais pobres. Roga a Deus por nós.
ResponderExcluirÉ uma grande horta para nós baianos ter uma bênção deste em nosso meio.com tanta emoção o mundo inteiro não deixa de ama-lo pela sua generosidade,da sua humildade da sua exigências olhando para o lado do mas necessitado tá aí a prova irmã Duce dos pobres..
ResponderExcluirEu não conhecia a real história da irmã Dulce, até assistir ao filme, que contava a sua vida, me emocionei bastante e a partir de então comecei a admirá–la.
ResponderExcluirQue bom padre, que o senhor pôde assistir esse belíssimo evento!
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